Na época primitiva, o ambiente era hostil e sem muitos recursos, dificultando a sobrevivência das pessoas. Destarte, quando nascia alguém com algum tipo de deficiência, se tornava um peso maior para toda a comunidade, por isso, a decisão do grupo era por exterminar ou abandonar essas pessoas. Além disso, como povos nômades, eram obrigados a se locomoverem de forma constante de um local para outro e, dessa forma, o abandono e mesmo a eliminação de pessoas com algum tipo de deficiência era comportamento aceitável à época. Veja, estou falando de um período, no qual, havia escassez de alimentos e um ambiente desfavorável à sobrevivência de pessoas com limitações.
Atualmente, vivemos em uma sociedade muito avançada tecnologicamente, a qual criou ferramentas que possibilita uma sobrevida maior e com uma qualidade de vida melhor para as pessoas com algum tipo de limitação, tanto cognitiva, intelectual, genética, motora ou física. Porém, ainda é possível constatar estigmas e estereótipos que envolvem a deficiência, que foram sendo construídos desde épocas muito remotas, marcados por muitos preconceitos. Entre elas, a Síndrome de Down.
A Síndrome de Down é uma alteração cromossômica que constitui uma das principais causas da deficiência. Caracteriza-se por um erro na distribuição cromossômica durante a divisão celular após a fertilização do óvulo pelo espermatozoide. As pessoas com síndrome de Down têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.
Outra característica é o atraso no desenvolvimento intelectual, posto que seu nível de inteligência é abaixo da média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo do comunicar-se com os outros.
O objetivo da Análise do Comportamento, é ajudar cada pessoa a desenvolver competências que lhe permitam a aquisição de novos comportamentos. Para isso, os profissionais utilizam os procedimentos da análise do comportamento aplicada, muito conhecida pela sigla ABA. Esta é uma área de conhecimento que desenvolve pesquisas e aplicações a partir dos princípios básicos da ciência da Análise do Comportamento.
Como é para os pais descobrirem que seu filho tem Síndrome de Down?
Os pais se assustam. Esta descoberta trás insegurança e medo, por não saberem quais as consequências que a síndrome trará para a vida do filho.
A Psicologia Comportamental avalia os déficits comportamentais, que podem interferir nas interações sociais da criança com Síndrome de Down, e qual o impacto ocorrido na família, auxiliando que pais, mães e demais familiares consigam lidar, de modo mais adequado, com a criança com Síndrome de Down. Facilitando o desenvolvimento de todo o seu potencial, contribuindo para a qualidade de vida destas famílias e para o estabelecimento de relações familiares mais saudáveis.
Portanto, compreendemos que, em princípio, todo indivíduo é capaz de aprender, mesmo aquele que apresenta algum tipo de limitação ou deficiência.
Valdenice Guimarães – Psicoóloga Analista Comportamental
