Crescimento de ataques violentos em escolas

A escola, é o ambiente onde se deve ter acesso à aprendizagem e ao conhecimento. Atualmente, devido aos números alarmantes de casos envolvendo ataques violentos contra professores e alunos, encontra-se em uma situação delicada, inibindo sua capacidade em exercer sua função.

Esses ataques, têm sido algo preocupante para nossa sociedade, por interferir nas relações interpessoais e impossibilitar uma convivência harmoniosa e segura no ambiente escolar.

Pesquisas mostram que no Brasil, somente em 2022 e 2023, o número de ataques em escolas já supera o total registrado nos 20 anos anteriores.

O ataque à uma creche em Blumenau, onde quatro crianças foram mortas e outras cinco feridas, é mais um episódio que faz parte de um aumento crescente e preocupante de crimes no ambiente escolar. Esses episódios de violência extrema já são constatados em Alagoas.

Verificamos que cada vez mais as escolas estão investindo alto em segurança como o uso de câmeras, interfones, detectores de metal e também em recursos humanos.

Para que esses eventos violentos aconteçam, percebemos a ocorrência de uma banalização da violência, como discursos de ódio por raça ou credo religioso. Além disso, esses ataques podem servir como modelo para outras pessoas cometerem tamanha violência. O compartilhamento desse tipo de conteúdo, via internet, amplia o risco de que novos ataques aconteçam.

A divulgação desses acontecimentos, de modo sensacionalista, potencializa a ocorrência de fatos dessa natureza.  Portanto, a exibição de detalhes dos ataques é prejudicial à prevenção de outros possíveis atos.

Entendemos que adolescentes são muito mais suscetíveis à discursos extremistas que podem os colocar em risco. Isso ocorre, por eles não terem todos os circuitos cerebrais formados e nem a experiência que os adultos têm. Aliado a esse fato, há uma necessidade em se identificar com grupos.

Mas, afinal de quem é a culpa?

Não se trata de responsabilizar alguém, se trata de reconhecer que o problema existe e devemos buscar soluções.

A impressa tem um papel fundamental nesse processo. Quando a mesma não foca nos agressores, dar notoriedade às vítimas auxiliam a reduzir que esse acontecido sirva de modelo para novos ataques, impedindo que outros jovens realizem atos de violência semelhante.

Alguns sinais são perceptíveis em uma pessoa que tende a se comportar com extrema violência. Publicações nas redes sociais de conteúdos violentos; pertencer a grupos que defendem e fazem apologia à violência; envolvimento constante em brigas; manifestações violentas e agressivas no ambiente familiar, escolar e em grupos sociais e comportamentos antissociais.

Ações preventivas, necessitam ser tomadas com urgência, e um debate entre escola, família e sociedade, pode favorecer à busca de soluções para o aumento nos casos de ataques às escolas. É necessário identificar sinais de radicalização e violência entre os jovens. Ações como aumento de investimentos em segurança nas escolas, programas de conscientização sobre bullying e transtornos mentais, bem como monitoramento das atividades de jovens em redes sociais, podem ajudar na prevenção desses episódios trágicos. A aprendizagem do uso da violência extrema não é algo natural, isso é um comportamento aprendido.

 

Valdenice Guimarães – Psicóloga Comportamental

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